Para quem possa não saber, TEIP significa Território Educativo de Intervenção Prioritária.
Ou seja: é um agrupamento de escolas, que abrange determinado contexto social desfavorecido.
Tem a ver com a especificidade dos alunos, que são na sua maioria originários de famílias pobres, problemáticas, desfuncionais, muitas delas, carregando histórias de vida perturbadoras, que requerem ou deveriam requerer, uma atenção especial logo à partida, das pessoas com poder decisivo nesta matéria.
Atenção no sentido de colocar técnicos que ajudassem os professores a resolver os grandes problemas com que se deparam no seu dia a dia de trabalho. Quando falo em técnicos digo professores, pares pedagógicos, psicólogos, sociólogos e outros ainda que podem ser necessários.
Na realidade isso é uma miragem, criada pelo ministério da Educação, principalmente na zona em que dou aulas.
As turmas são uma mistura de massa humana pequena, onde se encontram todos os níveis de ensino. Uma turma por exemplo de 3º ano, pode ter alunos a nível de 1º, 2º, 3º, 4º e ainda, vários casos com N.E.E.( Necessidades Educativas Especiais).
Cada dia de aulas é um dia em que se testam os limites de cada aluno, mas também de cada professor. Dias, (muitos mesmo), de autêntico inferno.
A maioria das pessoas não sabe o grau de deseducação e desordem mental, que reina naquelas cabeças, fruto do abandono dos pais pela educação dos filhos.
Desistiram deles quase no momento em que os deram à luz. Ainda que esta frase possa parecer forte, ela encerra uma verdade crua que cada qual entenderá à sua maneira, de acordo com a sua sensilbilidade e o grau de conhecimento que tem.
Assim criaram-se de Norte a Sul do país Escolas TEIP, que mais não são do que armazéns de alunos, que são depositados na escola todos os dias à mesma hora, entregues na maioria a um único professor, sem qualquer apoio, de Ensino Especial, par pedagógico, psicólogos ou outros.
A má educação de alunos e pais, ajudam a compôr o cenário, criando um clima de Inferno das 9h da manhã até ás 17h 30m da tarde, a maior parte dos dias, com agressividades verbais quer das crianças quer dos próprios pais, que em vez de ajudarem o professor na resolução dos problemas e no ultrapassar de dificuldades, desenvolvem uma acção toda ela em sentido contrário.
Assim e cada vez mais, os alunos estão apenas entregues aos cuidados do professor, sem que haja qualquer interesse do governo, em ajudar a resolver as situações. Pelo contrário.
Há um desprezo enorme que é evidente por parte da tutela, em relação às escolas problemáticas, nada fazendo para as tornar menos conflituosas, mais calmas onde se possa gerar um ambiente propício às aprendizagens e aos saberes da vida.
Enquanto isto acontece um pouco por todo o país, nos confortáveis gabinetes dos senhores ministros, em que não faltam acessores pagos a preço de ouro, carros de luxo para os transportar, produzem-se papéis , dão ordens e controlam à distância, o destino destas escolas que é fácil adivinhar qual é...
Viva a Escola Pública!...